segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Relógio.

Enquanto, sentado na escada, esperava Natascha chegar, olhava incessantemente para o relógio anti magnético, vinte e dois rubis, ganhado de seu avô... Durante longos minutos permaneceu meio como preso pelo relógio, seus olhos se vagavam pelas filigranas que envolviam os números, em esmalte preto. Sentia-se como que preso aos ponteiros, que horas viajavam tão rápidos como um coelho branco, e horas tão lerdos como uma lagarta fumante... Perdia-se cada vez mais, até que um barulho fê-lo acordar... Olhou para cima e viu apenas um velho senhor passando em frente ao saguão do prédio.
Roberto olhou novamente para o relógio e pensou “ele é a prova d'água, vinte e dois rubis". Permaneceu sentado por mais quinze voltas do ponteiro grande, durante um quarto de volta do pequeno ponteiro. Durante novecentas voltas do ponteiro fino... Quando se levantou, subiu novamente ao apartamento de Natascha, e na porta pregou um bilhete.
" Esperei durante certo tempo, e ainda assim não te encontrei...Pensei que este relógio viveria para dizer a hora de você chegar, mas aparentemente não vai ser assim. Roberto."
E foi assim, cabisbaixo que Roberto desceu as escadas e entrou no primeiro antiquário que encontrou, examinou algumas velhas prateleiras, alguns telefones bonitos, uma TV que servia de vaso para plantas. Chegou-se ao balcão e tirando o relógio do pulso, perguntou ao dono da loja:
__Quanto o senhor me dá por esse relógio?
O velho homem pegou o relógio, e examinando-o disse:
__Não compro, está quebrado.
Roberto pegou a velha peça da mão do velho homem com o velho cuidado, e viu que se passaram vinte minutos depois de ter saído do prédio onde Natascha morava até o relógio quebrar.
__Engraçado, estava funcionando até agora. Que horas são agora?
__Já se passou dez minutos então dês de que ele quebrou.
Roberto virou-se então tristonho, e falou consigo mesmo:
"Você quebrou sete minutos depois que saí de lá. Você realmente não viverá pra me dizer a hora d'ela chegar."
Foi andando, assim, levemente, caminhando pelas ruas, distraindo-se com as pequenas coisas que via, mas de forma alguma conseguiu fugir da dor que sentia por ter seu relógio agora quebrado.
Resolveu-se por parar um uma padaria qualquer e tomar um café qualquer, sentou-se durante certo tempo e lá ficou, assistindo ao programa entediante que passava na TV, por um instante parou sua vista no grande relógio automático. Ficou como que perdido, como se a maré do tempo o sugasse, como se sentisse já com os ossos de vidro. Quando deu por sí, finalmente leu as horas.
__Já faz quinze minutos que deixei aquele antiquário.
Num pequeno surto, resolveu-se por voltar ao prédio de Natascha. Caminhou rapidamente, fazendo todo o trajeto de volta, passando novamente pelo velho antiquário, pelo pequeno hidrante que havia na esquina, pela fachada nouveau,e então entrou no prédio. Subiu as escadas, e quando chegou a porta de Natascha, seu bilhete não estava mais lá. Deu algumas batidas na porta, que rapidamente foi aberta por uma moça magra e baixa, de cabelos ruivos e rosto pálido, Natascha.
__Oi Roberto, entra.
__Oi, atrapalho?
__Não, de forma alguma, entra aqui.
Roberto entrou e fechou a porta atrás de si, e então foi caminhando até a cozinha, onde Natascha cozinhava alguma coisa. Olhou no grande relógio de plástico que havia na cozinha.
“Já se passou meia hora de que saí daqui e vinte e três minutos que deixei o antiquário.”
__Hum, passei aqui mais cedo, mas você não estava.
__É, eu vi o bilhete na porta.
__A que horas você chegou?
__Fazem cinquenta minutos.
Roberto, então, tirou do bolso o velho relógio, e fez as contas.

um dos próximso posts

estou elaborando bem, mas ainda nao ta pronto. beijos.
me preparando para poder aturar bem o PRIMEIRO dia de aula.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Post da madrugada.

Deletei o post original, prefiro assim, em quase branco completo.
BOA NOITE.