Não é o mesmo Juliân dos outros posts, é só um nome coringa, que serve pra todos.
Meninos, enquanto jovem, tem ainda uma vaga déia do mundo...Este não tinha.
Aos quinze anos, estantes inteiras devoradas, página por página, letrinha por letra...
Aos quinze anos, fotografias e retratos tirados, discos e discos virados, mundos e mundos corridos.
Seus pais não ligavam muito para ele, nem ele para seus pais. Era uma relação direta e simples. Pai e mãe, em consenso, permitiam que seu filho viajasse durante férias e alguns períodos das aulas.
Não era lá muito inteligênte, academicamente falando, mas sabia das coisas.
Não sabia resolver uma simples equação de segundo grau, muito menos relacionar um ácido à sua base, quiçá o que era uma monocotiledônia. No entando, de olhos fechados e quase que sem pensar respondia perfeitamente à perguntas de história...
Revolução industrial, revolução francesa, russa, inglesa...Independencia das américas, primeira e segunda guerra...
Filosofia, no entanto, era seu campo preferido. Não era lá muito conhecedor de Platão, Aristóteles, Nietzsche, muito menos Lacân, mas sabia pensar.
Nunca lera um livro de Rousseau, e ainda assim sabia diferenciar um homem em seu estado natural de uma sociedade corrompida, como nem o próprio poderia.
Nunca se aprofundara em nada, mas sabia do que falava.
Passara uma ultima temporada de seis meses na Áustria, de onde saíra falando alemão fluentemente, de onde saíra sabendo tudo sobre Mozart, Maria Tereza e Elizabeth, a imperatriz.
Conhecera uma garota durante esse tempo. Ela se apaixonou por ele, ele não por ela. Juliân e Louise começaram a namorar, quatro meses juntos, nenhum sentimento sentia por Louise, a não ser amizade.
Juliân não podia entender o que havia de errado...Ele era extremamente aberto a sentimentos, sua maior ambição era um amor digno de Dumas...No entanto, nada sentia.
Era extremamente sincero com Louise, dizia sempre:
Je t'aime, mais comme une amie. Je peut pas t'aimer plus. Pardon.
Louise caía em choro, mas entendia. Sabia o que acontecia, sabia que ele a respeitava e queria estar com ela, só não entendia porque não podia ser amada.
Juliân, mais que ninguém, sofria com isso...Queria amar, perder a cabeça e se matar pelo menor olha de desprezo de sua amada, mas o que podia fazer, não amava ninguém.
Passou os quatro meses namorando Louise, amando-a coma amara seus amigos brasileiros, franceses, ingleses e espanhóis. Há muito já se conformara, mas o que podia fazer?
Quando Louise levou-o para o seu quarto, Juliân sabia o que ela queria, e disse:
Je ne veut pas. N'est pas pour moi, le contact sexuel...Pardon, mais...je sais pas, je...mérde!
Juliân só falava em francês com Louise, não por não saber alemão, como já disse ele estava fluente. Falava por preferencia de ambos.
Louise inquieta respondeu: Mèrde, faisse pour moi quelq'une chose. Je fais tout pour toi...Solement ça mèrde. Non, vais a ta maison. Pardon.
E era sempre assim, Juliân não estando disposto à dar a Louise seu amor e Louise irritada sempre sedia, não podia perdê-lo.
Juliân ao término da temporada voltou ao Brasil, continuou a devorar livros e páginas e letras e pontos.
Barry Lyndon, Manon Lescaut, Chevalier de la Maison Rouge, Trois Mosquetiers, Madame Bovarry, Dom Quixote...
Degustava notas e sons, e discos e cds.
Jane Birkin, Bowie, Barbra Streissand, Pink Floyd, New Order, Charlotte Gainsbourg, Camille, Cat Stevens, Animal Colect...
E assim passava seus períodos, seus dias e suas noites.
Durante três meses continuou a trocar cartas com Louise, quando foi passar algumas semanas no sul, antes de ir para a Polônia.
Lá, conheceu alguém, uma menininha de nove anos. Encantadora, Mírian...Foi o máximo que Juliân havia sentido por alguém. Tão Platônico, tão rousseauniano...Adorava gastar as tardes lendo livretos para ela, tocando violão para ela, dançando com ela, brincando com ela, correndo com ela, divertindo ela, rindo com ela...
Teve que partir, não sem o bolso cheio de fotografias...Foi o máximo que sentiu por alguém...Era amor, como o descrito em La Nouvelle Heloise.
Em Cracóvia, costumava a se comunicar em alemão, e no fim de seis meses, o polonês já era para ele como o espanhol. Gostava de passar as tardes na praça, ouvindo o guarda tocar seu trompete do alto da torre da igreja logo após a cada badalar do sino. Conheceu Mitriev, com quem passava dias e noites em companhia, seja bebendo um trago, fumando outro, lendo algo, ou mesmo assistindo.
Tornaram-se extremamente apegados, como nenhum outro amigo. Mitriev era apaixonado por Nadja, que por sua vez o correspondia. Ainda não haviam começado a namorar, mas sabiam o que aconteceria.Juliân assistia a tudo isso de perto, sabia o que acontecia dos dois lados, o que sentiam os dois apaixonados, e invejava. Longas foram as noites em que passara chorando, invejando Mitriev, sentindo-se só e ansiando por alguém.
Sua partida da Polônia foi brusca, resolvou ir de volta para a França, que afinal era logo alí. Matriculou-se em um linceu qualquer, estando sempre à Rive Droit, na case de Sèrge e Blondine.
Voltou a frequentar Montmartre, voltou a passear pelo Louvre, Versailles e Borgogne.
Quase perfeito, este era Juliân. O único defeito era não amar...Defeito? De forma alguma, apenas isso o possibilitava de partir e não sofrer. Nascerá para nunca restér lá. Jamais.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
VAMO LA
nao sei oque esta acontecendo, nao quero escrever, nao posso simplesmente sair falando, mas na ogosto muito nao.
saudades dos velhos tempos, era tao melhor antes.
acho que era mais pratico, tipo, menos preocupaçoes, agora vem emprego, escola, vida e tudo...
vaamos la!
saudades dos velhos tempos, era tao melhor antes.
acho que era mais pratico, tipo, menos preocupaçoes, agora vem emprego, escola, vida e tudo...
vaamos la!
Assinar:
Postagens (Atom)