quarta-feira, 3 de junho de 2009

Margot.


Margot saiu de manhã para fazer uma caminhada, era assim sua rotina, na verdade a rotina de toda a terceira idade na pequena cidade de Dreux, no norte da França.
Andou por alguns minutos, ela logo se cançou. Estava uma manhã fria, o sol quase não esquentava sua pele branca e manchada pela idade. Seus cabelos, já escaços e totalmente brancos se agitavam com o vento, os olhos verdes desbotados acumulavam lágrimas de dor, afinal, era um dia atipicamente frio.
Quando retornou para sua casa na rua René Goblet, 322, se deparou com o carro da alfândega estacionado junto a sua calçada. Era um carro azul e branco, com uma insignia vermelha, representando a bandeira francesa.
__Bom dia! Em que posso ajuda-los?
Haviam dois homens sériamente vestidos dentro do carro, um tinha casaco bege sobre o paletó, o outro usava apenas o paletó. Os dois tinham olhos castanhos e sérios que a encararam por alguns segundos.
Foi o homem de casaco bege quem primeiro lhe dirigiu a palavra.
__Você é a senhora Margarida La Tour ?
__Ora, me chamem de Margot.
Ela disse em um tom simpático e maternal.
__Gostariamos de falar com a senhora por um instante, podemos entrar?
Margot serviu-lhes Earl Gray e brioches, disse-lhes para que se sentassem.
__Tomem uma xícara de chá, está bem quente, e prove esses brioches.
__Senhora, estamos aqui pra falar de Pierre La Tour, seu filho, não?
As mãos de Margot tremeram, e seus olhos se paralisaram sobre a toalha de mesa bordada com camélias.
__Sim, é meu filho...Aconteceu algo com ele?
__A senhora sabe que ele faz parte do grupo anti-comunista na China?
__Sim, sei prefeitamente disso. Acon...
__A senhora também tem ciencia de que na ultima terça-feira ele se infiltrou no governo chinês disfarçado de cônsul britânico?
__Não, isso eu não sabia...Me conte, aconteceu algo?
Seus olhos fixos estavam vermelhos, não de dor mas de medo.
__Por favor, sente-se e ouça o que tenho a lhe dizer, é muito importante. Ele foi capturado pela guarda chinesa e foi torturado. Estamos tentando usar da diplomacia com os chineses, mas eles estão relutantes.
Os dois homens sairam da casa sem dar-lhe mais informações importantes, apenas dizendo-a para ter calma e decrição. Margot sentada, encarava em choque as xícaras intactas dos dois homens.

Era já sexta feira quandou homem de casaco marrom pareceu-lhe na porta, dês da ultima visita Margot não saíra de casa.
Dentro de casa, Margot disse-lhe para se sentar.
__O que tenho para lhe dizer é algo muito forte, entao vou tentar ser breve. Nossos esforços foram em vão. Seu filho morreu ontem as duas horas da madugada. Eles estão mandando o corpo, chegará daqui três dias. O governo francês se encarregará de todas as despesas.
Margot não emitiu som algum, encarou suas mãos desbotadas.
__Margot, pesso desculpas por nossos esforços não terem sido o bastante. Veja pelo lado bom, particularmente falando o seu filgo morreu como um herói.
Margot gritou.
__Um herói? Han? Detesto heróis, eles todos morrem. Não quero um herói, quero meu filho de volta. O que me di disso? Vocês encarregados é que deviam ser os heróis, e não uma criança como ele.
Margot chorou, e encarou a toalha de mesa, que fora trocada por uma de tulípas.
Sentindo que a conversa havia terminado, o homem saiu pela porta da frente, e foi embora na viatura.
Margot apenas encarava a mesa, superficialmente falando, porque a imagem que via era o rosto odiado de Mao, o mau de seu filho.

Nenhum comentário: